Na calmaria da noite, contemplando as estrelas da sua janela e as do brilho desse olhar, veio o pânico...
Vontade de ir embora, mas levando seu sorriso na minha memória, teus carinhos no meu coração, sentindo teu calor na minha pele, tua voz suave no meu ouvido, teu cheiro no meu casaco, teu sorriso na minha memória e o gosto dos teus beijos na minha boca.
Fiquei.
Sem saber explicar a razão do meu pânico, preferi me calar.
Sem expressar meus desejos ocultos, dormimos como dois estranhos na cama estreita que sempre nos aproxima, como se houvesse um oceano de dúvidas entre nós.
E foi justamente essa distância imposta por nós que nos deu uma péssima noite, e nosso bom dia ficou cheio de incertezas de que realmente aquele seria um bom dia.
Quanta falta me fez estando ao seu lado, me sentindo covarde, te chateando pelo simples fato de pela primeira vez não ter sido transparente, tentando me defender de algo que tem me feito tão bem.
Acho que sem querer esse medo te deixou inseguro também...
Quando saiu do banho e não me viu deitada, sua expressão era como se eu tivesse pronta pra ir embora da sua vida quando na verdade minhas obrigações do dia, coincidentemente, me exigiam deixar a cama fria da noite longe de você.
Ao longo do dia a preocupação de saber se realmente estava tudo bem e a dúvida do que seríamos nós diante dessas silenciosas interrogações.
Qual o problema de estar feliz? Que medo é esse por ainda não ter encontrado nada em você que eu não tenha gostado?
Não importa o que o digam, sempre haverá alguém pra falar seja de mim, de você ou de nós.
Eu me importo com você, comigo, com esse momento, que não quero deixar passar.
Não sei se ontem foi excesso de insegurança, ou se há excesso de sentimentos em tão pouco tempo, se há envolvimento demais ou se prudência de menos...
Se quando penso em você meu coração acelera demais ou se quando estou com você ele bate devagar pra apreciar a doçura desses momentos...
Só sei que não quero que meu coração pare de bater...