Falsidade perdoada

Foi inevitável rever a ponte do Velho Chico e lembrar que passei várias vezes por ali com o coração ancioso por te ver. Isso tudo passou.
Fiz o que devia fazer... sempre com os mesmos velhos planos de não saber o que fazer.
Revi os amigos, revivi a alegria de ser bem recebida pelo calor e pela beleza da cidade.
E num belo fim de tarde recebi uma ligação que poderia ser de qualquer pessoa, mas era você e inicialmente eu não atendi me perguntando: "pra que? agora que estou bem". Mas acabei matando minha curiosidade, ouvindo uma frase tola daquelas que a gente pergunta prum semi-estranho na rua: "Quanto tempo né?"
Deu vontade de dizer que essa foi a melhor parte... o passar do tempo.
Tive vontade também de dizer que você é um estranho pra mim, que sua conduta foi ridícula e que sua falta me machucou. Mas preferi me calar, até ser um pouco falsa. Mas se ladrão que rouba ladrão tem 100 anos de perdão, então estou perdoada sendo falsa com quem me foi falso.
Apesar do susto, a emoção acabou...