quarta-feira, 6 de março de 2013

Muita hora nessa calma!


Eu realmente estou cansada e a culpa não é do mundo. Acho que todos nós, bem lá no fundo, gostamos de nos sentir necessários.
Mas chega uma hora, que você começa a pensar nas suas necessidades pessoais e começa a distribuir gratuitamente vários 'nãos'.
Não pros abusos, não pras falsas amizades, não pro tesão disfarçado de amor ou de saudade, não pros recalques, não pros pedidos de perdão, não pra quem te excluiu do facebook e resolve te adicionar novamente! rs
Eu tô cansada até dos que leem meu blog achando que está acompanhando minha vida como novela.
Se pelo menos tivesse fortes emoções nos capítulos né, vai lá, mas nada de Theo, nem glamour, nem escravidão, nem câmeras no meu banheiro, nem qualquer outra coisa que a mídia insiste para provar que a vida lá fora é mais interessante do que seu próprio mundo.
E aqui na minha vidinha, vou criando um altar particular da Ana Paula, reconstruindo meus ideais, colocando as idéias em ordem, redefinindo prioridades.
"E aí amiga, vamos na feira?" "E aí amiga, vamos assistir o jogo na casa de fulano" "Amiga, vamos tomar uma gelada no barzinho?"
Não, hoje eu quero sentar no meu sofá - coisa que não faço há meses.
Passo por ele todos os dias e não consigo aproveitar seu conforto. Demorei anos pra comprar um sofá, porque queria O sofá e nem o cumprimento.
Pensei agora que há 11 anos saí do conforto da casa dos meus pais para conquistar o mundo e embora tenha adquirido bens materiais, ainda não me realizei pessoalmente.
E posso te confessar uma coisa? Os anos estão passando e eu tô ficando cada vez mais exigente e até gostando da solidão. 
Diante das opções, um vinho agora seria uma ótima companhia com as músicas que ouço e um livro da Martha que adquiri recentemente. 
Que tédio? Só se for pra você que acha que a vida interessante se resume numa balada com um vestido à vácuo, se expondo como se fosse um pedaço de carne, ou recorrer a um canalha que você tem química pra satisfazer um prazer que no dia seguinte te fará sentir culpa.
Não sou nenhuma intelectual, mas tenho um mínimo de cultura e eventualmente até gosto de uma balada com direito a dança da mãozinha pra brincar com as amigas, mas ultimamente, não sei se é o cansaço ou se é crise balzaquiana, gostaria de um colo. Um colo sem ter que pedir, sem muitas perguntas, carinho gratuito, sem isso ou aquilo como condição, nem algo programado, talvez sair por aí, ter uma conversa divertida, interessante, dormir de conchinha, e ter um "pra sempre" até o café da manhã só pra me sentir viva.
Preciso de um tempo pra mim, ser o centro das minhas atenções e das atenções alheias... parar de cuidar pra ser cuidada. 
Será que é pedir demais? Ainda acredito em coisas boas....
O importante é seguir com fé!! rsrs

"Você vai rir de tudo isso, espera um pouco mais pro fim da história. Tudo passa, tudo muda, muita calma nessa hora"

sexta-feira, 1 de março de 2013

Terapia?


Não acerte a hora do seu relógio com o meu. Ultimamente o tempo tem sido exclusivamente meu.
Tempo pra resolver meu dia a dia mega corrido...
Tempo pra não fazer absolutamente nada.
Tempo pra dizer 'não' sem peso na consciência e até mesmo com bastante consciência.
Estou num momento que não sei nem exatamente o que eu quero, mas também não estou com pressa.
Estou dando menos importância ao que nem deveria estar me importando.
Não sou uma super mulher, não quero continuar dando conta de tudo, e chegar no final do dia esquecendo de mim.
Aliás, se eu pudesse, sumiria por uma semana, mudaria até o meu nome, apagaria toda a minha história e esqueceria quem eu sou.
Viajaria sem destino, não com uma mochila, porque não sou tão básica assim, mas com mala pequena...
Iria pra algum lugar onde não falassem minha língua, pra eu poder falar mais comigo mesma.
Encontrar respostas para essa falta de perguntas.
Sentaria num parque para ler um livro, iria ao cinema de mãos dadas comigo mesma e repousaria minha cabeça nos meus ombros que já não estariam tão cansados, afinal meu passado não existiria.
Me permitiria ter a inocência de confiar nas pessoas.
Enfim... tudo utopia. Essa Ana Paula sem passado não existe. E foi esse passado que me transformou na pessoa que sou hoje: dona de mim, forte, cheia de teorias, precavida, que quer escrever a própria história.
Essa Ana Paula tá cansada.
Eu quero sentar e ler minha história. Quero visualizar meus personagens, viajar no meu livro e ficar na expectativa das próximas páginas. E principalmente não me sabotar! Não prever o final do livro e deixar a história de lado.
Quero simplesmente não perder o encanto!
Terapia?
"A depender de mim, os psicanalistas estão fritos.
Eu mesmo é que resolvo os meus conflitos
Com aspirina, amor ou com cachaça"