Acho que fui pra fazenda de uma amiga e tive tempo pra pensar em muitas coisas deitada na rede, numa ressaca moral.
Tô precisando firmar meu pé no chão e criar mais resistência às coisas que não tem acrescentado.
A vida é tão boa e muitas vezes nos preocupamos em complicar, em achar que é difícil, mas normalmente só damos valor ao que conquistamos com uma certo grau de dificuldade.
Vivemos competindo, buscando o melhor e as vezes Deus nos coloca o pior no caminho pra entendermos que justamente o "antes" era melhor.
Brasília é uma cidade que fica morta no período das férias. Parece que tudo só começa depois do carnaval.
Ainda bem que o carnaval desse ano está próximo. Porque tá me cansando essa espera por ver as coisas acontecerem.
Parece que tô repetindo os mesmos movimentos, no mesmo lugar.
Até quando eu vou ter esse rostinho bonito e essa disposição que a cada ano que passa, diminui?
Devo estar tendo algum tipo de crise por estar perto dos 30.
Ou então porque eu estou vendo minhas filhas crescerem e eu do mesmo jeito - talvez só envelhecendo, perdendo o pique, e perdendo tempo com coisas sem importãncia.
Dou conselhos bacanas, mas não consigo usá-los pra mim mesma. Consigo enxergar os outros, mas não consigo identificar minha própria identidade no espelho.
Enfim, vou parar por aqui e deixar o restante pra minha terapeuta.
Eu queria fazer algo legal nesse carnaval porque afinal de contas, é praticamente minha despedida de "solteira".
Eu prometi a mim mesma parar um pouco esse ano. Mesmo porque eu quase não vou ter tempo pras minhas filhas durante a semana, então no final de semana quero estar com elas. E como o pai, só terei dois finais de semana do mês com elas, então quero estar bem, pra fazermos coisas bacanas juntas.
Laura e Luíza só serão minhas amigas e companheiras, se durante a vida delas, aprendermos a curtir nossos momentos juntas, cada uma do seu jeito, respeitando nossas próprias vontades, mas tendo prazer em estarmos uma na companhia da outra.
Afinal de contas, nossos pais irão um dia, nossos irmãos constroem suas próprias famílias, os amigos solteiros firmarão e terão menos tempo pra nós. Mas não colocamos um filho no mundo realmente pro mundo. Criamos para que eles saibam se virar sem a gente, pra que sejam pessoas de bem, que saibam aproveitar o melhor da vida, mas esperamos que eles nunca se afastem da gente.
Eu escolhi a hora de ter filhos e a hora de não ter mais filhos - esse é o mundo moderno e a responsabilidade que temos na nossa contribuição com esse mesmo mundo.
A minha geração não se preocupa com o gasto da água, mas a geração da minha filha aprende isso na escola e tenta nos chamar atenção, porque afinal de contas, nós estamos no meio do caminho e eles tão começando.
A verdade é que a criança não aprende com o que falamos. Aprende com o que fazemos.
Posso afirmar com total certeza que espero que elas tenham a minha visão de caráter e de honestidade.
Não espero que elas sejam médicas, arquitetas, engenheiras, muito menos amélia. Espero que elas sejam felizes com as escolhas que fizerem, desde que se firmem no fato de que tudo na vida seja feito com dignidade e respeito a si mesmo e ao próximo.
É engraçado... ao mesmo tempo que queremos que nossos filhos cresçam, que estamos loucos pra saber como serão no futuro, queremos que eles nunca cresçam, que sejam sempre doces e dependentes da gente.
Deve ser coisa de mãe.
Quanto mais a Luíza se torna independente, mas distante parece que ela vai ficando.
Ah isso deve ser papo de uma mãe metida a moderna, mas como minha avó e minha mãe, no fundo sou muito é careta. rs

Isso é coisa de mãe e de pai também!
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