Não me lembrava como era bom ter cachorro. Eu estava comentando com uma amiga o quanto a Belinha fez bem pra Luíza. Belinha é uma vira-lata loira, de olhos verdes e nariz rosa do tamanho de um rato que ganhei segunda-feira.
Luíza está até mais carinhosa. A primeira coisa que ela faz quando acorda, é ir brincar com a Belinha enquanto me arrumo pra trabalhar. E se eu deixar a porta de casa aberta, o primeiro lugar que Belinha vai é no quarto das crianças. Laura ainda morre de medo. É até engraçado.
Mas eu achava que eu mesma não teria o mesmo carinho. Desde o Ziggy, um cachorrinho que tive que dar quando vim pra Brasília, jurei pra mim mesma que jamais me apegaria a um animal. Ziggy foi um companheiro nas horas mais difíceis da minha vida. Na dor da separação, na gravidez solitária, e até mesmo a noite quando ouvia o barulho dos ratos no terreno baldio ao lado da minha casa, que me deixava em pânico.
E Belinha tem sido a alegria de chegar em casa. Ela é muito fofa, carinhosa e meiga.
Não é que me conquistou? Acordo e corro pra alimentá-la. E de noite não vou dormir sem verificar se ela está bem acomodada em sua caminha azul de coração.
Tá sendo tratada como cachorrinha de madame! Tem que ver... rsrs
Até deixei ela entrar em casa pra assistir pica pau com a Luíza.
Isso é um grande progresso pra alguém que não gosta de cachorro dentro de casa.
Hoje eu ia pra fazenda com a Cláudia e desisti pra não deixá-la sozinha. Também não queria levá-la porque ainda é um bebê, só tem 3 meses.
Acordo de manhã e ela vem correndo me dar um "bom dia" à sua maneira, correndo, pulando e dando seus beijos de língua.
E fiquei pensando...
Ela chegou há 6 dias e já gosta de nós. Não fizemos nada pra ela gostar de nós. Ela simplesmente sente que gostamos dela, que a tratamos bem e se agregou à família. Já tem nome e sobrenome. Isabela da Costa Mello Alves. Agora ela é uma de nós. É a caçulinha.
Então, estou falando da Belinha, porque me impressiona esse amor incondicional que os cachorros nos devotam. Não fiz nada, absolutamente nada, pra conquistá-la. E ela soube dobrar esse coração de pedra, egoísta, da pessoa que está escrevendo, apenas se chegando com o rabinho entre as pernas e com sua alegria ao abrir a porta de manhã. Mas o cachorro nos ensina... Amor é assim mesmo. Não podemos exigir de ninguém. Só podemos esperar que nos amem como somos.
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