domingo, 24 de janeiro de 2010

Perdão


Nossa, hoje eu tenho vontade de pedir perdão.
Confesso que o que mais gosto é de me surpreender.
Nunca gostei de amigo oculto onde escolhemos o que queremos, muito menos dos presentes que eu escolhi.
Me lembro de um dia das crianças que me surpreendi... Meu avô trabalhava muito, tava sempre ocupado com a clínica, plantões e cirurgias.... Só fazíamos um refeição juntos. Normalmente era o almoço. E japonês é durão, pouca prosa, e nunca imaginei que ele acompanhava, mesmo que de longe, o que eu estava fazendo. Tava aprendendo a jogar vôlei. Quando chegou o dia das crianças... meu avô chegou com uma bola de vôlei. Cara, fiquei tão feliz como se tivesse ganhado na mega sena.
Não pela bola. Mas porque meu avô, mesmo de longe, sabia o que eu estava fazendo, me acompanhava.
Meu avô era de pouquíssimas palavras. Basta dizer que de manhã eu dizia "bom dia vô" e ele dizia "bom".
Mas ele conseguia tocar meu coração quando eu entrava no carro dele e ele cantava "meu coração, não sei porque, bate feliz quando te vê" e eu tão inocente, não entendia que essa era a forma dele me dizer "eu te amo" rs. Mas sentia satisfação do mesmo jeito.
Voltando ao rumo da prosa, esse era pra ser um fim de semana ruim.
Mas recebi colo, carinho, abraço e atenção de alguém que não esperava.
Pra ser bem sincera, estou um tanto confusa. E pra não cometer mais enganos, vou dar o tempo que o tempo precisa pra chegar a alguma conclusão.
Eu olho pra essa pessoa e vejo muito de mim.
Eu condeno e avalio nele, todos os meus piores defeitos.
E percebo que ele tenta mostrar as coisas boas que há nele, como se fosse pra tirar essa imagem ruim que ele acha que eu tenho dele.
E o mais engraçado é que eu o observo tanto e nunca erro nas minhas conclusões.
Mas ele normalmente não fala nada, mas quando resolve falar, me identifica com muita clareza.
Fala coisas sobre mim, que jurava não demonstrar.
Não sei se isso é bom ou ruim. Mas não quis mexer muito com isso.
Também tento mostrar o que não sou...
Fico feliz por ter pessoas que mesmo sem saber como, nem porquê, amenizam a solidão que há em nós e nos abrigam com um abraço, com carinho...

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